Notícia

  • 29 janeiro 2025
  • Fronteira
Argentina quer controlar contrabando na fronteira com Brasil

A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, afirmou hoje (28) que o país aumentará o controle nas fronteiras com o Brasil e com os demais países limítrofes. A Argentina faz fronteira com Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.

 

O anúncio ocorreu em meio à tensão provocada pelo anúncio da instalação de um muro de arame de 200 metros na fronteira com a Bolívia, na cidade argentina de Aguas Blancas.

 

“Agora vamos trabalhar na fronteira de Misiones com o Brasil, que é uma fronteira que muita gente passa caminhando em muitos lugares e onde tivemos assassinatos e problemas”, afirmou a ministra. “Vamos ter uma fronteira muito mais controlada”, ressaltou.

 

A iniciativa faz parte do “Plan Guemes”, lançado em dezembro de 2024 pelo governo Milei para reforçar a segurança nas fronteiras.

 

Embora ainda não haja um plano para construir novas cercas, Bullrich não descarta a possibilidade. Principalmente, segundo ela, nas fronteiras onde é mais difícil identificar onde começa um país e termina o outro. A ministra deu o exemplo da fronteira entre Bernardo de Irigoyen, na província argentina de Misiones, e as cidades de Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão (PR), do lado brasileiro.

 

“Se necessitarmos construir mais alambrados de arames em outras áreas, vamos fazer”, declarou Bullrich, antecipando que o governo Milei pretende utilizar drones e outras estratégias tecnológicas para fiscalizar e controlar as demais fronteiras.

 

A ministra de Milei avalia que um dos desafios na fronteira com o Brasil é controlar o contrabando de mercadorias.

 

Atualmente, com o câmbio mais favorável, o Brasil tem sido destino de argentinos que cruzam a fronteira para fazer compras, afirmou.

 

“Há momentos em que saem produtos da Argentina para o Brasil porque têm preços mais baixos. E outros momentos, como agora, onde os contrabandistas tentam ingressar produtos ao país sem pagar impostos”.

 

O ministro da Justiça da Bolívia, César Siles, está preocupado com o anúncio da construção da cerca de arame na fronteira com Aguas Blancas. “Nos preocupa que façam um muro”, afirmou. Segundo Siles, “a iniciativa viola princípios de direito internacional público e particularmente as relações de boa vizinhança entre estados irmãos”, disse em entrevista à rádio argentina Rivadavia.

 

Siles também criticou a falta de comunicação do governo rgentino com o boliviano. Segundo o ministro, a Bolívia está disposta a fechar “um acordo conjunto para combater os graves crimes na região”.

 

Patricia Bullrich, por sua vez, disse em entrevista à rádio Mitre que a Argentina não comunicou a Bolívia porque a construção do alambrado “não é um tema de fronteira”, mas um assunto interno.

 

Em nota, o governo argentino afirmou que o arame de 200 metros será construído para “proteger os argentinos e frear o ingresso da cocaína no país”

Desenvolvido por Goutnix - Agência Digital.