Notícia

  • 22 setembro 2021
  • Agricultura
Fenômeno La Niña pode afetar safra agrícola no Paraná

A Primavera começa às 16h21, da tarde de hoje. Segundo a previsão do Simepar, o primeiro dia da estação será nublado na região Sudoeste do Paraná. O meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib, adianta que há previsão do aparecimento do fenômeno La Niña que poderá resultar em problemas para as culturas da primeira safra agrícola 2021-2022, que está sendo plantada. “O conjunto dos modelos climáticos indica a probabilidade elevada de ocorrência do fenômeno La Niña nas águas do Oceano Pacífico Equatorial, ao longo da Primavera. O resfriamento da temperatura da superfície das águas altera os padrões globais de chuvas e temperaturas”.

 

Por isso, há perspectiva de tempo quente para a Primavera, o que pode ter resultados negativos para as culturas, da primeira safra, que estão sendo plantadas no Paraná.”

 

Reinaldo também observa que o aumento gradual do volume de chuvas e das temperaturas médias são próprios da estação. “Os maiores valores de temperaturas mínimas e máximas ocorrem, normalmente, nas regiões Oeste, Sudoeste, Norte e no Litoral. Já as chuvas são causadas pelas frentes frias ou quentes e outros sistemas de curta duração que se desenvolvem devido às altas temperaturas e da maior quantidade de umidade no ar no Estado e em áreas próximas, como Paraguai, Norte da Argentina e estados vizinhos. Por ser uma estação de transição entre os regimes climáticos do Inverno e do Verão, a Primavera favorece eventos meteorológicos severos como fortes rajadas de ventos, granizo, chuvas volumosas e grande quantidade de raios, que só podem ser detectados em curto prazo.”

 

Preocupação com a agricultura

O meteorologista alerta para os problemas que o La Niña poderá provocar ao setor agrícola paranaense. “Como impacto da crise hídrica e dos eventos meteorológicos extremos, as grandes culturas como soja, milho e feijão podem sofrer atraso na semeadura, germinação desuniforme da lavoura, crescimento inadequado das plantas e mau desenvolvimento dos grãos. Culturas como café, cana-de-açúcar, mandioca e frutíferas correm alto risco de serem prejudicadas pela má distribuição das chuvas ao longo da estação. Além disso, as altas temperaturas podem afetar as hortaliças, sobretudo as folhosas.”

 

Na safra já colhida, 2020-2021, os prejuízos foram imensos no setor primário do Sudoeste, com grandes perdas principalmente na segunda safra de milho (para silagem e grãos) e feijão, pastagens de inverno e na produção de leite. Os valores apurados pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) apontaram prejuízos de R$ 2,7 bilhões à economia regional devido às quebras na safra.


Fonte: AEN E JORNAL DEBELTRÃO | FOTO: ARQUIVO / JORNAL DE BELTRÃO
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