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Nos próximos meses, um novo hospital passará a atender os moradores de Francisco Beltrão e de outros 26 municípios da região em casos de baixa e média complexidade. O Hospital Geral Intermunicipal Dr. Aryzone Mendes de Araújo levou quatro anos para ficar pronto e agora está sendo equipado para entrar em operação. O início dos atendimentos será de forma gradativa e deve pôr fim a uma situação que se arrasta desde 2017 na saúde pública da região: a intervenção da Prefeitura no Hospital São Francisco.

Foi da possibilidade de descredenciamento do hospital beltronense que nasceu a proposta de construir uma nova estrutura, totalmente pública. Em 2017, o prefeito Cleber Fontana oficializou a intervenção para que a população não ficasse sem atendimento, já que não há outra unidade com as mesmas características do São Francisco na região. Junto com a medida, lideranças da região se mobilizaram para viabilizar um hospital que substituísse o HSF. O governo federal viabilizou, na época, R$ 22 milhões para a obra, a Prefeitura deu o terreno e, neste ano, o Estado repassou R$ 11 milhões para equipá-lo.

Com a obra pronta, entra uma fase complexa para comprar tudo que uma estrutura de saúde deste porte precisa para abrir as portas. “Se for analisar, precisamos de um simples lixeiro até o tomógrafo, por exemplo. E no poder público, seguimos a tramitação da licitação, o que torna essa aquisição um pouco mais demorada”, justifica o secretário de Saúde de Francisco Beltrão, Manoel Brezolin.

Uma das novidades que a nova unidade deve trazer é no modelo de gestão. A administração do Hospital Geral Intermunicipal será feita pela Santé, uma instituição filantrópica especializada neste tipo de serviço – e que foi escolhida através de um processo do Município que considerou vários critérios técnicos para a seleção. Os entes públicos vão repassar os recursos e a entidade é que ficará responsável pela compra de insumos e contratação de pessoal. Aliás, a expectativa é de que a nova estrutura tenha cerca de 460 trabalhadores, sendo 100 médicos.

Atualmente, o São Francisco tem cerca de 230 funcionários diretos e 70 médicos que prestam serviços. O aumento no número de profissionais reflete também a maior disponibilidade de leitos, uma das grandes mudanças que o HGI vai trazer. De 79 leitos no São Francisco, serão 110 no novo hospital. “Nossa maior dificuldade para expandir o atendimento hospitalar é a falta de leitos, o que nos faz contratar serviços fora de Beltrão e da região, tendo que transportar o paciente para outras cidades porque não há condições de fazer alguns procedimentos aqui”, detalha Brezolin.

Basicamente, o novo hospital vai absorver os serviços que hoje são realizados no São Francisco, como partos de baixo risco, a neurologia de alta complexidade, parte da pediatria, clínica geral e cirurgias eletivas. Brezolin explica que não será necessário esperar pelo credenciamento junto ao Ministério da Saúde, já que é uma espécie de transferência dos serviços que já vêm sendo feitos, com a ampliação de leitos. Isso agiliza bastante a entrada em operação da nova unidade.

Outro ponto significativo é que, quando estiver em pleno funcionamento, o HGI vai permitir ampliar a realização de cirurgias eletivas. A estrutura tem quatro salas de cirurgia. Além disso, com a transferência das operações do SUS para o novo hospital, a direção do São Francisco deve decidir qual o futuro da estrutura, que pode ficar somente com atendimento particular e de convênios, além de serviços SUS sob demanda.

Apesar de ainda não estar funcionando, o Intermunicipal já tem projetos para expansão. Num primeiro momento a necessidade é a construção de espaço para a área administrativa, mas o projeto foi elaborado coma possibilidade de erguer um segundo piso em boa parte da estrutura. A Prefeitura já trabalha, também, para adquirir uma área destinada ao estacionamento.